Férias, dias na praia ou na piscina exigem o uso de protetor solar para evitar os danos da exposição ao sol. Entretanto, surgem algumas dúvidas relacionadas aos produtos, como qual é o melhor fator de proteção, quanto usar e em quanto tempo repetir a aplicação.
O dermatologista Elimar Elias Gomes, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica como utilizar da maneira correta o protetor solar.
De acordo com Gomes, todos os protetores registrados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) obrigatoriamente devem proteger simultaneamente contra os raios UVA e UVB, que são emitidos pelo sol e podem ser prejudiciais, causando até mesmo o câncer de pele.
“Mas o quanto eles conseguem fazer isso depende do fator de proteção. Um protetor com fator mais alto absorve mais radiação e por isso é mais eficaz”, explica.
“O que causa danos é a radiação ultravioleta que atinge a pele, que no caso é aquela que não é absorvida pelo protetor. Quanto menos a pele for atingida pelos raios, melhor”, acrescenta.
O fator mínimo recomendado pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) é 30. Mas para obter a proteção indicada na embalagem do protetor, é preciso aplicar uma quantidade grande do produto, diz o especialista.
“A aplicação pode ser feita em duas camadas, com uma feita logo seguida da outra ou usando a regra da colher de chá, com uma quantidade específica para cada parte do corpo”, detalha.
Segundo o dermatologista, em situações de intensa exposição aos raios solares, é recomendado reaplicar o protetor solar a cada duas horas, ao sair da água ou após suar.
O especialista explica que o fator de proteção representa a razão entre a diferença de tempo que a pessoa demora para ficar vermelha com e sem protetor solar. “Se alguém usa fator 30, vai demorar 30 vezes mais para ficar vermelho do que se estivesse sem proteção”, exemplifica.
Gomes ressalta que o nível de radiação no Brasil é muito alto, por isso, é necessário usar protetor solar diariamente. De acordo com ele, mais de 90% dos casos de câncer de pele são causados pela exposição aos raios de sol.
“A radiação ultravioleta agride diretamente o DNA das células e causa mutações que se acumulam ao longo da vida. Até que chega o momento que essas células vão começar a se reproduzir exageradamente. Isso é o câncer”, explica o médico.
“A exposição exagerada ou a longo prazo ao sol também causa envelhecimento, rugas, manchas, doenças como herpes e alergias”, completa.
Ainda segundo o especialista, o protetor sem pigmento serve para todas as cores de pele. Já quem opta por um protetor com pigmentação, deve procurar o mais adequado ao seu tom.
“A diferença é que o protetor com cor ajuda a proteger contra o raio de luz visível, que é aquele que a gente enxerga no dia a dia. Mas esse raio não provoca câncer de pele, ele apenas causa manchas”, esclarece.
Existe uma grande variedade de protetores no mercado. É importante consultar o dermatologista para identificar as necessidades da pele e escolher o ideal.
“Para pele oleosa, existem produtos que ajudam na redução da oleosidade, pessoas com acne podem escolher protetores com substância anti-inflamatória. Quanto mais personalizado [o protetor], melhor”, afirma Gomes.